Vou concluir citando um dos meus filmes
favoritos:
"Há mais harmonia nos filmes do
que na vida. Não há engarrafamentos nem períodos de estagnação. Os filmes
sempre continuam, como
trens à noite. Pessoas como
você e eu só somos felizes no nosso trabalho, fazendo filmes."
FRANÇOIS TRUFFAUT para JEAN PIERRE LEAUD
em "A Noite Americana" (1973)
Jessica: Em
um dia chuvoso, um filme de um tal de Billy Wilder foi parar em minhas mãos.
Chamava-se Crepúsculo dos
Deuses. Enquanto minha mãe dormia ao meu lado, coloquei o filme para ver.
Foi amor à primeira vista e meu primeiro contato com cinema. Eu tinha 14 anos e
não tinha internet banda larga, dinheiro. Torrent? Isso era lenda para mim. Por
isso meus primeiros passos em direção ao cinema foram lentos, devagar quase
parando. Já conhecia o rosto de muitas atrizes, mas não tinha visto filme algum
com elas. Mas não importava, eu já considerava aquele mundo meu de alguma forma. Quando minha mãe chegou com o DVD do
Billy de presente para mim, senti o coração saltar de tanta alegria. Aí já era. Aí só foi ladeira
abaixo.
Uma das melhores lembranças que tenho sobre cinema é da época em que eu sonhava ter o famigerado box da Joan Crawford, lançado por essas bandas pela Warner. Ele custava 56 reais e estava à
Aliás, olá,
meu nome é Jessica Bandeira. Tenho 22 anos e como diria o ator de teatro que entregou o
prêmio Sarah Siddons para Eve em A malvada: “com um coração tão velho
quanto o teatro”. Meu coração é tão velho quanto o cinema. Bette Davis, Lana
Turner, Joan Crawford, Jeanne Moreau...tem espaço para todos. Passo por fases
de crush agudas, aquelas fases em que a gente se apaixona pelo ator e vê
todos os filmes dele. Estou tentando mudar o quadro, afinal o cinema não é
feito só de atores. Sem o cinema não existe vida para mim. Minhas piadas, meu
quarto, minhas roupas, tudo tem algum dedo do cinema. Talvez isso soe muito
clichê. Para mim, não. Aqueles 24 quadros que
formam uma cena são os 24 quadros que simbolizam minha vida. Ou uma boa parte
dela.
O cinema está para mim assim como a birita está para Don Birman,
de “Farrapo Humano”, ou como passar a perna em Margo está para Eve, de “A
malvada”. Muitas vezes não consigo separar a ficção da realidade, tal a
frequência com que eu assisto filmes e leio a respeito. De vez em quando desconfio
que minha vida seja um roteiro descartado e perdido em uma gaveta de Woody
Allen. Mas só desconfio.
Na verdade, tudo é culpa dos envolvidos na produção de “...E o vento levou”, foi com eles que tudo começou. (“Senta que lá vem história...”) Em uma bela tarde qualquer do ano de 2007, estava essa que vos escreve envolvida em sua atividade favorita: caçar livros em bibliotecas da cidade. Eis que (naquele dia eu estava no SESC) eu encontro um livro enorme chamado “...E o vento levou”, de Margaret Mitchell. Claro que eu já tinha ouvido falar no filme, mas não tinha noção de que havia um livro e nem mesmo tinha assistido o filme. Em menos de duas semanas devorei o livro e, mais rápido ainda, procurei e assisti a produção de Victor Fleming, com Vivien Leigh e Clark Gable nos papéis de Scarlett O’Hara e Rhett Butler. Foi simplesmente amor à primeira vista. Era lindo, lindo, e do jeito que eu havia imaginado tudo ao ler o livro. A partir daí, mergulhei de cabeça no vício do cinema: depois desse filme épico, assisti “A malvada” (em uma edição especial da Cinemateca Veja – quem lembra? – com livrinho e tudo). Conheci dona Bette Davis, e o resto é história.
Na verdade, tudo é culpa dos envolvidos na produção de “...E o vento levou”, foi com eles que tudo começou. (“Senta que lá vem história...”) Em uma bela tarde qualquer do ano de 2007, estava essa que vos escreve envolvida em sua atividade favorita: caçar livros em bibliotecas da cidade. Eis que (naquele dia eu estava no SESC) eu encontro um livro enorme chamado “...E o vento levou”, de Margaret Mitchell. Claro que eu já tinha ouvido falar no filme, mas não tinha noção de que havia um livro e nem mesmo tinha assistido o filme. Em menos de duas semanas devorei o livro e, mais rápido ainda, procurei e assisti a produção de Victor Fleming, com Vivien Leigh e Clark Gable nos papéis de Scarlett O’Hara e Rhett Butler. Foi simplesmente amor à primeira vista. Era lindo, lindo, e do jeito que eu havia imaginado tudo ao ler o livro. A partir daí, mergulhei de cabeça no vício do cinema: depois desse filme épico, assisti “A malvada” (em uma edição especial da Cinemateca Veja – quem lembra? – com livrinho e tudo). Conheci dona Bette Davis, e o resto é história.
Hoje, além de Indiana Jones das bibliotecas, sou também a dos
filmes (estou sempre procurando DVDs aqui, ali e em todo lugar), e estou muito
(muito muito muito) feliz com a oportunidade de estar nesse blog com essas
pessoas queridas e amadas para escrever a respeito da minha paixão. Além das
resenhas de filmes, pretendo escrever sobre histórias da Old Hollywood, que ficam
mais gravadas na minha mente do que os conteúdos que estudo na Universidade.
Por fim, quero concluir com uma das minhas citações favoritas de
um dos meus filmes favoritos, “A
rosa púrpura do Cairo”, de Woody Allen, que define muito a minha
personalidade. Quando a personagem de Mia Farrow se apaixona pelo personagem do
filme que assiste quase todos os dias no cinema, de tal modo que ele sai da
tela para encontrá-la, ela quer fugir com ele e se defende:
“I just met a wonderful new man. He's fictional but you can't have
everything.”
Sim, o meu amor pelo cinema é grande assim.
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